Conforme evidencia Leonardo Siade Manzan, as Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) são pequenas usinas de geração de energia elétrica que utilizam o potencial hidráulico de rios para produzir eletricidade. Com capacidade instalada de até 5 MW, elas representam uma alternativa descentralizada, de menor impacto ambiental e mais próxima dos centros de consumo, especialmente em áreas rurais e regiões remotas.
No Brasil, país com grande potencial hídrico, as CGHs vêm ganhando relevância como complemento à matriz energética nacional, contribuindo para diversificação, segurança energética e redução da dependência de combustíveis fósseis. No entanto, mesmo com menor escala, essas usinas ainda precisam considerar cuidadosamente seus impactos sobre os recursos hídricos e os ecossistemas aquáticos.
Como as CGHs impactam os recursos hídricos locais?
Apesar de serem menores que grandes usinas hidrelétricas, as CGHs ainda alteram o curso natural dos rios, afetando a fauna, a flora aquática e o regime hidrológico. A construção de barragens, mesmo em menor escala, pode comprometer a conectividade fluvial, interromper a migração de espécies e modificar o fluxo de sedimentos. Outro fator relevante é a mudança nos padrões de vazão, que pode prejudicar comunidades ribeirinhas e atividades agrícolas a jusante.
Assim, Leonardo Siade Manzan explica que embora o impacto individual de cada CGH seja limitado, o efeito acumulado da instalação de várias unidades em uma mesma bacia hidrográfica pode ser significativo. A avaliação ambiental estratégica é crucial para evitar a sobreposição de impactos e garantir o uso sustentável da água.
CGHs são realmente uma alternativa sustentável de geração de energia?
Sim, mas com ressalvas. Segundo Leonardo Siade Manzan, as CGHs têm vantagens evidentes no que se refere à menor emissão de gases de efeito estufa e à utilização de fontes renováveis. No entanto, a sustentabilidade dessas usinas está diretamente ligada ao modo como são planejadas, construídas e operadas. Uma CGH sustentável é aquela que respeita os limites de uso da bacia hidrográfica, minimiza a intervenção nos ecossistemas, e dialoga com os interesses da população local.

Além disso, o uso de tecnologias de baixo impacto, como turbinas de fluxo livre ou soluções que evitem o represamento total do rio, pode reduzir significativamente os danos ambientais. Portanto, sustentabilidade nas CGHs depende mais da governança e das práticas adotadas do que da tecnologia em si.
Quais estratégias podem equilibrar geração de energia e conservação hídrica?
Para Leonardo Siade Manzan, uma abordagem eficaz para conciliar geração e conservação é a adoção de critérios rigorosos de licenciamento ambiental, com foco em análises cumulativas e regionais. O planejamento integrado dos recursos hídricos também é essencial, considerando as necessidades de abastecimento humano, irrigação, preservação ambiental e geração elétrica de forma equilibrada.
A implementação de corredores ecológicos, passagens para peixes, e a manutenção de vazões ecológicas são medidas que auxiliam na preservação da biodiversidade aquática. Ademais, a compensação ambiental, aliada ao monitoramento contínuo das condições do rio, ajuda a garantir que os impactos sejam mitigados e que os benefícios sociais da energia gerada sejam compartilhados com as comunidades locais.
Em conclusão, o caminho para a conciliação entre CGHs e sustentabilidade hídrica passa por um modelo de desenvolvimento mais consciente, que considere os limites do planeta e o bem-estar das populações. Leonardo Siade Manzan pontua que isso inclui políticas públicas coerentes, incentivos para boas práticas ambientais, educação ambiental e empoderamento das comunidades locais para participarem da gestão dos recursos naturais.
Autor: Kinasta Balder